quarta-feira, 1 de abril de 2015

Aveiro “Os Verdes” questionam Governo sobre eventual encerramento dos serviços de Neonatologia do Hospital de São Sebastião

O Deputado José Luís Ferreira, do Grupo Parlamentar “Os Verdes”, entregou na Assembleia da República uma pergunta em que questiona o Governo, através do Ministério da Saúde, sobre o eventual encerramento dos serviços de Neonatologia no Hospital de São Sebastião – Aveiro.


Pergunta:

A 4 de Janeiro de 1999 o Hospital de São Sebastião iniciou o seu funcionamento, na sequência da publicação do Decreto-Lei n.º 151/98, de 5 de Junho. Foi dotado de um estatuto jurídico que consagrava um modelo de gestão próprio, constituindo a primeira experiência de gestão empresarial no conjunto de Hospitais do Serviço Nacional de Saúde.

Corria o ano de 2002 quando foi transformado em sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos, evoluindo em 2005 para entidade pública empresarial (E.P.E.) a exemplo do que aconteceu com a generalidade dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (S.N.S.).

Estrategicamente implantado na parte norte do distrito de Aveiro, o Hospital de São Sebastião está inserido numa região onde se encontram localizadas mais quatro unidades hospitalares que até ao seu aparecimento e entrada em funcionamento serviam a população, ou seja o Hospital de São João da Madeira, o Hospital São Miguel (Oliveira de Azeméis), o Hospital Francisco Zagalo (Ovar) e o Hospital de Sampaio de Oleiros (Santa Maria da Feira) que encerrou aquando da inauguração do São Sebastião sendo para lá transferidos os seus profissionais.

A 1 de Fevereiro de 2009, por força da aplicação do Decreto-Lei nº 27/2009, de 27 de Janeiro, o Hospital de São Sebastião passou a integrar o Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, E.P.E., em conjunto com o Hospital de São João da Madeira e Hospital São Miguel – Oliveira de Azeméis.

Pelo meio destas profundas alterações do mapa hospitalar no que diz respeito à prestação de serviços públicos nesta região, foram encerradas maternidades e muitos dos serviços de obstetrícia, prometendo-se às populações ambulâncias medicalizadas e veículos médicos de intervenção rápida. Prometia-se assim uma maior eficácia, mas o que aumentou sem qualquer dúvida foi a despesa das utentes que no acompanhamento das suas gravidezes se têm de deslocar ao Hospital de São Sebastião na procura destes serviços.

Vendia-se a ideia de que com a criação do Centro Hospitalar estariam criadas as condições necessárias para uma melhor articulação entre as unidades hospitalares da parte norte do Distrito de Aveiro, melhorando a acessibilidade às consultas externas das diversas especialidades. Pura falácia, o que passou sem dúvida a acontecer foi o nascimento de crianças em ambulâncias em nítida situação de risco para as mães e os recém-nascidos. Ora tem vindo a lume, entre a região, que abrindo o Centro Materno Infantil do Porto, muitos dos serviços quer agora são prestados no Hospital São Sebastião passam a estar encerrados. Segundo alguns estão nesta situação os serviços de Neonatologia.

Considerando que toda esta problemática que é preponderante para a população abrangida pelo Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga, afigura-se como urgente clarificá-la;

Assim, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, solicito a S. Ex.ª a Presidente da Assembleia da República que remeta ao Governo a seguinte Pergunta, para que Ministério da Saúde possa prestar os seguintes esclarecimentos:

  1. É verdade que abrindo o Centro Materno Infantil do Porto os serviços de Neonatologia do
hospital de São Sebastião encerram?

  1. Que acompanhamento será dado às famílias de mais parcos recursos que necessitem
desses serviços?


19 de Março de 2015

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