sexta-feira, 23 de maio de 2014

Intervenção de Manuela Cunha, 1ª candidata do PEV nas listas da CDU Comício CDU Braga

Intervenções
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22/05/2014
Intervenção de Manuela Cunha, 1ª candidata do PEV nas listas da CDU Comício CDU Braga


Amigas e Amigos
Companheiras e Companheiros
Permitam que as minhas primeiras palavras neste comício, aqui hoje em Braga, sejam dirigidas aos jovens.
De aqui de Braga, capital de distrito mais jovem do país, e uma das cidades mais jovens da Europa, cidade escolhida em 2012, para Capital Europeia da Juventude, quero, em nome de “Os Verdes”  e da CDU lançar um apelo aos Jovens deste país e nomeadamente aos que vêem presentemente e na sequência das políticas dos governos que pactuaram com a Troika, os seus sonhos e projetos de vida devastados.

Aos jovens que se viram e veem obrigados a abandonar os estudos e os projetos científicos na sequência dos cortes nas bolsas , aos jovens que estão sujeitos a trabalho precário e sem direitos, aos jovens desempregados (segundo o INE, em 2013 representavam 37%  dos desempregados).

Aos jovens que se viram e veem forçados a emigrar, tal como os seus avós e pais nos anos 60 e início de 70, em busca de emprego, de oportunidades profissionais e melhores condições de vida. Jovens formados: engenheiros, arquitetos, cientistas, profissionais da área da saúde (1 em cada 3 dos enfermeiros que o país forma emigra), artistas, bailarinos, músicos, cineastas…Jovens cuja partida forçada deveria envergonhar e preocupar este governo. Mas tal não acontece, pelo contrário, é o próprio Governo (PSD-CDS) que aconselha e estimula a juventude a emigrar, dando a perder o enorme potencial de conhecimento, formação e criatividade que representam para o país, para alavancar e dinamizar a modernização e competitividade da nossa economia, de que tanto falam, e do nosso desenvolvimento.

Aos jovens com preocupações ecologistas que, com “Os Verdes”, contestaram o Plano Nacional de Barragens e se manifestaram em Amarante contra as barragens do Tâmega que irão submergir centenas de casas de primeira habitação e centenas de hectares de solos agrícolas.

Aos que connosco partilharam dezenas de ações de protesto contra a Barragem e em defesa e valorização da linha e do Vale do Tua e do Alto Douro Vinhateiro Património da Humanidade. Aos jovens, que tal como nós, recusam que os grandes negócios do betão e das energias deixem o nosso litoral à mercê da erosão costeira e dos riscos crescentes das alterações climáticas que recusam que estes interesses económicos e financeiros se sobreponham aos valores do património natural e cultural e ao desenvolvimento sustentável das regiões e do país.

A todos vós apelamos para que Domingo, o grito da vossa revolta se transforme numa condenação eficaz destas políticas e num grito de esperança e de mudança com o reforço de uma verdadeira alternativa para Portugal e para a Europa, confiando nos Verdes e votando na CDU.

E aos pais destes jovens perguntamos. É este o futuro que sonhavam para o vosso filho ou filha? Foi para o ver em casa, desesperado, após horas a fio de currículos enviados e nunca respondidos que tanto se sacrificou para pagar os seus estudos?
Foi para o ver partir, como nos velhos tempos outros pais viram outros filhos, foi para isso que tanto lutaram?
Por certo que não. A vós pais dizemos: no próximo domingo, penalizem quem criou esta situação, quem está a hipotecar o presente e o futuro desta juventude, defendam o seu sonho e o do seu filho, lutem por aquilo que tanto lutaram durante a vida. Votem na mudança que urge. Votem numa força de confiança, a CDU.

Amigos e Companheiros,
Estas eleições são de facto uma verdadeira oportunidade de mudança, tanto para o país como para a Europa.
Mas mudar não é perpetuar o “vira do poder”, entre os três partidos (PS/PSD/CDS). Partidos que acordaram com Troika o estrangulamento da nossa economia, uma austeridade brutal, a destruição dos serviços públicos (educação, saúde, transportes, tribunais), a privatização das empresas do estado que davam lucros, como por exemplo os CTT. Partidos que nos algemaram a uma dívida que não para de crescer, que limpa os cofres públicos e os bolsos dos portugueses, mas não é por isso que nos vêm falar em saída limpa.

Amigos e Companheiros,
A mudança tem de gerar condições para trilhar novos caminhos para Portugal e para a Europa, para reconquistar poder de decisão, para travar o nosso empobrecimento.
Não podemos continuar a aceitar, como os anteriores governos portugueses aceitaram, a submissão a este modelo político e económico protagonizado pela União Europeia, que submete as economias mais frágeis como a nossa, aos interesses de economias fortes como a Alemã, fomentando uma desigualdade notória entre Estados.
Não podemos continuar a aceitar que a grande maioria dos deputados portugueses eleitos no Parlamento Europeu aprovem medidas que nos deixem ainda mais submissos e mais frágeis, medidas que não atendem às nossas necessidades e que nos empobrecem a todos os níveis.

Precisamos de, domingo, eleger mais deputados que deem voz a Portugal, voz às especificidades do nosso país, sejam elas a nível económico, social, cultural ou ambiental. Deputados que defendam uma política agrícola que proteja a agricultura familiar e promovam práticas amigas do ambiente, que defendam as nossas pescas, que recusem e combatam os tratados internacionais lesivos para a produção nacional, que defendam uma mobilidade sustentável.

Até Domingo, os ativistas da CDU têm de se empenhar em combater o desânimo das pessoas, o descrédito que recai sobre o sistema democrático na sequência das mentiras deste Governo PSD/CDS, o populismo barato e inconsequente e os fazedores de opinião por encomenda que visivelmente assutados com o crescimento do apoio à CDU, usam os mais fraudulentos argumentos para nos denegrir. Será, apoiados no reconhecimento das populações pelas lutas travadas e pela sua justeza, que temos de continuar a demonstrar que alternativa de mudança passa pela CDU, a única força que nunca encandeou ninguém com o brilho das estrelas da Europa, que sempre alertou para as consequências dos caminhos seguidos pela União Europeia e sempre defendeu os interesses de Portugal e um modelo de desenvolvimento sustentado na produção nacional, na coesão social e territorial, na preservação e valorização das riquezas naturais e culturais.

Domingo vamos reforçar a CDU.

Viva a CDU.

Candidatas do PEV na lista da CDU para as Eleições para o Parlamento Europeu

Candidatas do PEV
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Candidatas do PEV, na lista da CDU para as Eleições para o Parlamento Europeu



Manuela Cunha

57 anos,
Assessora no Grupo Parlamentar “Os Verdes”
Formou-se na área da Animação Sociocultural em França, onde viveu a infância e juventude e onde trabalhou nas “Casas da Juventude e da Cultura”. Fez o curso de Língua e Cultura portuguesa da Sorbonne/Paris. Regressa a Portugal nos anos 80 e trabalhou na área da animação infantil e Juvenil. Nos anos setenta participa ativamente nas lutas estudantis em França e nos Movimentos Pacifistas, Anti-Nuclearista e Feminista em França.

É membro do Conselho Nacional do Partido Ecologista “Os Verdes” e da sua Comissão Executiva desde 1986. Representou durante vários anos o PEV na Federação dos Partidos Verdes da Europa, tendo participado na sua fundação, em 2004. Foi uma das fundadoras do Coletivo Regional do PEV de Santarém.

Participou ativamente nas grandes lutas ecologistas desenvolvidas em Portugal nestes últimos trinta anos, nomeadamente desde 2006, na luta em defesa da Linha e do Vale do Tua. Foi a autora, em nome do PEV, da queixa contra a barragem apresentada na UNESCO.

Foi cabeça de lista da CDU a Bragança nas Legislativas de 2009 e de 2011 e foi Vereadora (eleita pela CDU) na Câmara Municipal de Almeirim, terra onde vive, de 2001 a 2009 e membro da Assembleia Municipal deste Concelho, de 2009 a 2013.

Susana Silva

33 anos,
Licenciada em Engenharia de Gestão e Ordenamento Rural
Residente no Barreiro, é membro do Conselho Nacional (desde 2009) e da Comissão Executiva do Partido Ecologista «Os Verdes», desde 2012. É eleita pela CDU na Assembleia Municipal do Barreiro desde 2009 e, atualmente, desempenha funções de assessoria ao Grupo Verde da Assembleia Municipal de Lisboa. É dirigente da Ecolojovem - Os Verdes.

Mariana Silva

31 anos,
Licenciada em Ensino de Português
Residente em Guimarães, é membro do Conselho Nacional do Partido Ecologista «Os Verdes». É deputada à Assembleia Municipal de Guimarães desde 2009 e membro da Assembleia da Junta de Freguesia de Oliveira do Castelo, São Paio e São Sebastião desde 2013. Dá aulas de apoio a crianças e jovens de Guimarães e é, ainda, artesã. É dirigente da Ecolojovem - Os Verdes.

terça-feira, 13 de maio de 2014

“Os Verdes” querem obras de requalificação na Lagoa de Óbidos - Projeto de Resolução discute-se amanhã no Parlamento

Discute-se amanhã, 14 de Maio, na Assembleia da República o Projeto de Resolução de “Os Verdes” que recomenda ao Governo que proceda à realização de obras de intervenção na Lagoa de Óbidos, tendo em vista a sua requalificação.
 
A Lagoa de Óbidos, é um importante património natural com interesse ambiental, científico, lúdico, cultural, económico e social, de importância regional mas também nacional. Apesar disso, foi sujeita, ao longo dos tempos, a pressões de ordem urbanística e turística e continuam, ainda, a chegar a este sistema lagunar, águas residuais, descargas de suiniculturas e pesticidas de enxurradas, já para não falar da diminuição de caudal de água doce por via da construção de barragens ao longo dos afluentes da bacia hidrográfica.

É, pois, urgente, que se procedam a intervenções de despoluição da Lagoa de Óbidos, com incidência sobre todas as suas fontes de poluição, de ordenamento urbanístico, por forma a evitar problemas de erosão graves, e também de desassoreamento, para que se contrarie a sua obstrução por acumulação de areias e foi com esse objetivo que o PEV entregou no Parlamento a iniciativa legislativa em causa, que será discutida amanhã, 14 de Maio, a partir das 10.00h, em plenário da Assembleia da República.
 
13 de Maio de 2014
  
 
 
 
 
Projeto de Resolução de “Os Verdes” com nota explicativa completa
 
 
 
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 1037/XII/3.ª
Recomenda ao Governo que proceda às obras de intervenção na Lagoa de Óbidos, para sua requalificação

A Lagoa de Óbidos, considerada a maior de Portugal continental, está localizada nos concelhos de Óbidos e Caldas da Rainha, e apresenta diversas características, ao nível ambiental, científico, lúdico, cultural, económico e social, que a tornam num património de riqueza natural, com interesse não apenas regional, mas também nacional.
Este sistema lagunar, de reconhecida importância ecológica, comunica com o mar através da zona aberta. A Lagoa encerra em si um ecossistema muito particular de fauna e flora que importa preservar pelo seu valor natural e pela valorização da biodiversidade, mas também porque, de forma compatível, proporciona diversas actividades económicas, nomeadamente a pesca e a apanha de marisco e bivalves, com elevada importância para as gentes da região. Importa também referir que toda esta zona, com estas características, torna-se naturalmente numa área com um elevado potencial turístico.
Todos os exageros que se cometeram sobre a Lagoa, como as construções descabidas e em zonas particularmente sensíveis, a forte pressão turística, as águas residuais industriais e domésticas que continuam a chegar à Lagoa, por falta ou por insuficiência de tratamento, as descargas das suiniculturas, os pesticidas levados pelas enxurradas ou até a diminuição de caudal de água doce por via da construção de barragens ao longo dos afluentes da bacia hidrográfica, são os vários problemas que afectam esta área.
A Lagoa de Óbidos necessita, pois, designadamente de uma intervenção de despoluição estratégica, com incidência sobre todas as suas fontes de poluição, de um correcto ordenamento urbanístico, de forma a evitar problemas de erosão graves, e também de intervenções de desassoreamento para contrariar a sua obstrução pela acumulação de areias.
Muitas promessas têm sido feitas em torno da resolução dos problemas da Lagoa de Óbidos, mas os passos que se têm dado, aqui e ali, com a construção de ETAR para águas residuais domésticas, de construção de estruturas hidráulicas para definição de canais de escoamento de materiais com potencial de assoreamento, têm-se demostrado claramente insuficientes, porque não integram uma intervenção estrutural, e levam a que os problemas de poluição e de assoreamento da Lagoa de Óbidos se mantenham.
Considerando que a situação da Lagoa de Óbidos está cada vez mais agravada devido ao seu assoreamento e a uma evidente e elevada eutrofização, deu entrada na Assembleia da República uma petição “Pela Salvaguarda da Lagoa de Óbidos”, estabelecendo um conjunto de medidas necessárias à preservação daquela Lagoa e daquele património natural, cultural e social, com potencial para a promoção de um desenvolvimento equilibrado, assim sejam também os investimentos e as políticas adequadas às necessidades de valorização desse potencial.
Consciente que a insistência na necessidade de resolver os problemas da Lagoa de Óbidos é um imperativo para que não sejam esquecidos e determinante para que se exijam os investimentos e os projetos que têm de ser concretizados, o Grupo Parlamentar Os Verdes propõe o seguinte Projeto de Resolução:
 
Ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, a Assembleia da República delibera recomendar ao Governo que
1º - Proceda às obras de intervenção na Lagoa de Óbidos, para sua requalificação, nomeadamente ao nível das dragagens, tanto na zona inferior como superior da Lagoa;
2º - Proceda à execução de um plano de recuperação de dragados, em conjunto com os municípios de Caldas da Rainha e de Óbidos.
 
Assembleia da República, Palácio de S. Bento, 09 de maio de 2014
 
Os Deputados
 
Heloísa Apolónia                                          José Luís Ferreira