terça-feira, 19 de junho de 2012

CARTA ABERTA AO PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA RIO+20


Exmo. Sr. Presidente Barack Obama,

Muitos chefes de Estado e de Governo encontrar-se-ão, de amanhã até 22 de junho, no Brasil, para participar na conferência das Nações Unidas Rio+20.

É público que a representação dos Estados Unidos da América (EUA) não será feita por V. Exa., o que nos remete para uma relativização da importância deste Rio+20 por parte da Administração dos EUA, questão que muito nos preocupa, por considerarmos que esta conferência ocorre num momento crucial e bastante relevante para o combate às problemáticas ambientais globais e para a sustentabilidade do desenvolvimento no mundo.

Crucial e relevante, desde logo porque deveria ser também um ponto de encontro para mais adesões e para fomentar a necessidade de encontrar soluções urgentes e metas concretas para o combate a um dos maiores problemas ambientais globais: as alterações climáticas. O papel dos EUA nesta matéria é fulcral, não apenas pelo facto de se tratar do maior emissor de gases com efeito de estufa per capita do mundo, mas também pelo papel que tem na concretização de adesão de outros países a este combate global. Infelizmente, os EUA têm apenas servido de travão ao encontro de soluções o que se torna incompreensível ao nível da opinião pública mundial.

O Rio+20, por outro lado, acontece justamente 20 anos depois da Conferência das Nações Unidas que estabeleceu diretrizes (convenções) claras em 3 setores determinantes, para a garantia da sustentabilidade do desenvolvimento: alterações climáticas; biodiversidade; desertificação. Todas elas falhadas, decorridas estas duas décadas! É importantíssimo, então, que deste rotundo falhanço se retirem as ilações necessárias ao encontro de mecanismos que invertam esta situação. O mesmo é dizer que são necessários compromissos internacionais e a definição de políticas eficazes para garantir que estes 3 vetores invertam a tendência de agravamento em claro prejuízo da capacidade deste Planeta suportar uma humanidade crescente.

Por fim, a posição dos EUA, no período de negociações da conferência Rio+20, deixou-nos larga margem de preocupação pelo entrave feito a diversas matérias, com realce para a preservação dos oceanos, que escondem no seu fundo segredos medonhos lá depositados por ações e políticas dolosas, que nunca tiveram pudor em degradar património coletivo fundamental em prol de estratagemas e silenciamento de crimes ambientais.

Assim, o Partido Ecologista “Os Verdes” vem apelar a V. Exa. que os EUA assumam a sua responsabilidade no que concerne ao ataque aos problemas ambientais globais e que assumam uma postura muito mais positiva e construtiva pelo bem da humanidade e do património natural... porque é, afinal, também de direitos humanos que falamos!


Lisboa, 19 de Junho de 2012

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