quinta-feira, 5 de julho de 2012

Ambulâncias do INEM “Os Verdes” questionam Ministério da Saúde


O Deputado José Luís Ferreira, do Grupo Parlamentar“Os Verdes”, entregou na Assembleia da República uma pergunta em que questiona o Governo, através doMinistério da Saúde, sobre a reorganização de serviços que está a ser levada a cabo pelo Instituto Nacional de Emergência Médica, e que tem conduzido à retirada de ambulâncias nalgumas localidades.

PERGUNTA:
Conforme tem sido noticiado pela comunicação social o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) está a proceder a uma reorganização dos seus serviços a nível nacional, tendo como consequência a retirada de ambulâncias de várias localidades, reduzindo a prestação de cuidados de saúde em caso de emergência pré-hospitalar às populações, sobretudo no interior.

Contudo, para o INEM esta reorganização conduzirá, conforme foi referido à Agência Lusa, a um “aumento do número de meios disponíveis, nomeadamente em áreas onde existe uma cobertura de emergência que necessita de ser melhorada, não só garantindo o acesso do cidadão como é reforçado”. Opinião bem divergente deverão ter as populações a quem este serviço será retirado, como aconteceu recentemente em Vieira do Minho.

A maioria das ambulâncias a retirar foi colocada nas várias localidades como compensação às populações pelo encerramento dos Serviços de Atendimento Permanente (SAP) ou Serviços de Urgência Básica (SUB), sobretudo em períodos noturnos, como se alguma vez fossem serviços equiparados.

O INEM argumenta que o serviço pré-hospitalar será garantido pelos bombeiros, que podem possuir valências idênticas, verificando-se em muitos casos que este serviço concorre com o dos bombeiros, sem que haja mais-valias para o serviço prestado à população. Caso esta situação seja verosímil, a implementação das ambulâncias do INEM serviu apenas para enganar e silenciar os autarcas e as populações aquando do encerramento dos respetivos SAP’s e SUB’s como ocorreu com a colocação da ambulância de suporte básico de vida em Vouzela e Mortágua, no distrito de Viseu.

Estas opções repulsivas que conduzem à diminuição de serviços de saúde prestados às populações do interior, assim como o encerramento de outros serviços públicos, servem de passaporte para deslocar os cidadãos para o litoral, ficando apenas a faltar a chave para encerrar definitivamente o interior do país.

Assim, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, solicito a S. Exª A Presidente da Assembleia da República que remeta ao Governo a seguinte Pergunta, para que o Ministério da Saúde, me possa prestar os seguintes esclarecimentos:

1- Está a ser considerado algum estudo técnico que conduza à desativação dos serviços do INEM em algumas localidades, idêntico ao estudo que serviu de fundamento à implementação deste mesmo serviço?

2- Com a reorganização que o INEM está a implementar, está garantida uma melhoria e reforço do serviço prestado aos cidadãos, sobretudo no interior?

3- Quantas ambulâncias operadas diretamente pelo INEM irão ser retiradas/deslocadas das localidades onde foram encerrados os Serviços de Atendimento Permanente (SAP) e os Serviços de Urgência Básica (SUB)?

4- Com esta reorganização, qual o destino dos funcionários (técnicos e enfermeiros) ao serviço do INEM? Está prevista a sua recolocação noutros serviços?


O Grupo Parlamentar “Os Verdes”

05 de Julho de 2012


segunda-feira, 2 de julho de 2012

Comunicado do Conselho Nacional do PEV, 30 de Junho de 2012

CONSELHO NACIONAL DO PARTIDO ECOLOGISTA “OS VERDES”

O Conselho Nacional do PEV, reunido em Lisboa na sede Federação das Coletividades de Cultura e Recreio, na primeira reunião depois da 12ª Convenção do PEV, analisando a difícil situação ecopolítica nacional e internacional, debruçou-se com destaque para os seguintes temas:


No plano internacional e europeu:

- Rio + 20: Frustração e desalento – um falhanço monumental! A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável de 2012, que voltou à cidade do Rio de Janeiro 20 anos depois da histórica Cimeira da Terra de 1992, revelou-se tremendamente frustrante pela incapacidade revelada para se definirem metas e compromissos juridicamente, ou sequer politicamente, vinculativos o que só tem paralelo na vergonhosa demissão global dos Governos em negociar e, pelo menos tentar, ir um pouco mais além do texto que acabou por ser aprovado e já estava fechado antes da Conferência se ter iniciado. O documento aprovado, “O futuro que queremos”, limitou-se a reafirmar princípios, renovar promessas e dar tímidos passos sem real significado ou que façam qualquer diferença. Nada quanto às alterações climáticas ou novas metas depois de Quioto (cuja vigência cessa daqui a 6 meses!!!), nada quanto à desertificação, saque e destruição dos recursos e da biodiversidade no alto mar, quanto à sangria de recursos naturais nos países em desenvolvimento, quanto à pobreza extrema, o fase out do nuclear, ou a criação de emprego, nada quanto aos compromissos financeiros a alocar a estes objectivos. Os únicos vencedores desta conferência, que contou com a ausência de peso como a dos Chefes de Estado da Alemanha ou dos Estados Unidos, são o capitalismo global depredatório, os mercados sem rosto, o sistema financeiro e os detentores do poder económico que defendem o “business as usual”, que lhes garante o lucro e dominação, e que consome o planeta e reduz a maioria da humanidade à servidão. “Os Verdes” afirmam, porém, que este flop nos obriga a ser ainda mais ambiciosos, designadamente a nível interno e da União Europeia no cumprimentos das metas anteriormente traçadas até 2020, sendo inaceitável o discurso de abrandamento e desinvestimento nas áreas das energias renováveis que o Governo PSD/CDS tem promovido.

- Conselho Europeu: No presente momento de crise económica, quando o que seria necessário seria questionar o actual sistema e a construção europeia, romper com um modelo que gera desequilíbrios, alimenta injustiças, agrava o fosso das desigualdades entre cidadãos e Estados, verifica-se apenas a aposta nas mesmas soluções e no aprofundamento dos mecanismos de controlo dos grandes da Europa sobre os países periféricos. Esta reunião, que reúne os Chefes de Estado da União Europeia, prepara-se para reforçar os mecanismos de controlo orçamental que mais não são do que a criação de uma toda poderosa governação financeira europeia que determine orientações de construção ou correcção dos orçamentos nacionais dos Estados, que limite as possibilidades de emissão de dívida, ingerindo-se na definição da nossa política económica ou fiscal, roubando a soberania nacional e o direito do povo português, através dos seus representantes directos democraticamente eleitos, decidir o que é melhor e mais adequado para Portugal. Dos problemas de Portugal e dos portugueses, sabe o povo português, considerando Os Verdes que não é assim que se constrói uma Europa de solidariedade entre os povos com equidade entre Estados soberanos que se respeitem nas suas diferenças que fazem a riqueza da Europa como espaço plural que é.

As notícias mais recentes dos desenvolvimentos desta Cimeira, dão-nos conta da possibilidade dos bancos se recapitalizarem directamente por recurso aos fundos europeus de socorro. Para além desta opção, da qual ainda não se conhecessem todos os contornos, representar novamente o recurso a financiamento público para apoiar o sector bancário, que se descapitalizou por vezes até em distribuição imprudente de dividendos aos accionistas, a verdade é que destinando-se a recapitalização da banca, esta medida arrisca-se a não ter qualquer consequência na disponibilização de meios para financiar a economia real o que deveria constituir a prioridade.


No plano nacional:

- A execução orçamental: Os dados relativos ao défice orçamental, estimado em 7,9% para os primeiros três meses deste ano (mais 0,3 pontos face aos 7,5% do período homólogo de 2011), e à execução orçamental demonstram à saciedade os resultados desta política cega de austeridade como Os Verdes denunciaram em tempo útil e era absolutamente previsível: a retracção do consumo em virtude da diminuição do emprego e do rendimento disponível por força dos cortes sociais e salariais e aumento de impostos, só podiam conduzir à paralisia e recessão da economia nacional e à diminuição da receita fiscal. A par desta situação acresce uma verdadeira regressão de direitos sociais, retrocesso civilizacional, destruição da capacidade produtiva do país e, em última instância, a própria capacidade dos portugueses acreditarem na viabilidade do seu país continuar a ser uma nação livre e soberana. Desemprego, pobreza, injustiças, cortes sociais e descontrole orçamental são os resultados das políticas de austeridade da troika e do Governo de direita que nos desgoverna, e aos quais não se responde, com sucesso, com mais do mesmo, com mais austeridade como, insana e perigosamente, o Governo ameaça fazer. Mais do que nunca, “Os Verdes” afirmam que é preciso rasgar com esta política e acabar com este pacto antes que ele acabe connosco. É uma questão de sobrevivência.

- Ataque a direitos e destruição de Serviços Públicos: O Governo, numa arrogância silenciosa, aproveita o manto da mentira e o véu das inevitabilidades para prosseguir a sua política nefasta em diferentes áreas, da saúde à educação, passando pela justiça, correios, ou pela água, a desagregação dos respectivos serviços públicos, os encerramentos e concentração de serviços, degradando a qualidade dos mesmos e transferindo custos para os cidadãos e as famílias, e entrega aos privados destes sectores vitais na garantia de direitos fundamentais aos cidadãos. Na sua política privatizadora, o Governo ora continua a apostar nas parcerias público privadas na saúde que tão caras têm saído aos portugueses, ora privatiza pela via da concessão por várias décadas como pretende fazer nos sectores dos resíduos e das águas.

Neste âmbito, Os Verdes anunciam que decidiram iniciar uma grande campanha de luta e esclarecimento de rua contra a privatização da água já anunciada pelo Governo.

- Código do trabalho: Os Verdes reafirmam a necessidade de pedir a fiscalização sucessiva da constitucionalidade do Código do Trabalho que promove trabalho gratuito, precariedade e a facilitação dos despedimentos, contrariando a Constituição da República Portuguesa. Por isso, Os Verdes, através do seu Grupo Parlamentar, subscreverá esse pedido de fiscalização.

Lamentavelmente, Cavaco Silva não cumpriu a sua função de Presidente da República quando assinou de cruz um Código do trabalho com estas características, cumprindo antes o seu pacto com estas políticas que têm destruído o país.

Também as alterações propostas pelo Governo à legislação laboral na Administração Pública (central e local) revelam-se como o maior atentado de sempre a este sector no pós 25 de Abril.


Lisboa, 30 de Junho de 2012

Conselho Nacional do PEV

Limites à emissão televisiva de touradas


Iniciativa legislativa de “Os Verdes” no Parlamento


“Os Verdes” entregaram na Assembleia da República um Projeto de Lei que assume as touradas como espetáculo ilícito e impõe limites à sua emissão televisiva.


No ordenamento jurídico português os animais são detentores de um conjunto de direitos específicos e merecedores dos respetivos mecanismos normativos de proteção. Apesar das tradições em vigor e conhecendo os argumentos de quem defende as touradas, que passam até pela defesa do ambiente, “Os Verdes” defendem que a sociedade deverá caminhar no sentido do abandono de práticas que não são compatíveis com o estatuto de proteção que cada vez mais se reconhece aos animais.


O Projeto de Lei de “Os Verdes” propõe uma alteração à Lei de Proteção dos Animais que inverta o atual princípio hoje estabelecido de licitude das touradas para o princípio da sua ilicitude necessitando, para a sua realização, de uma especial autorização.


Por outro lado, “Os Verdes” propõem que as touradas sejam, para efeitos televisivos, classificadas para maiores de 18 anos sendo, portanto, sujeitas a todas as condicionantes exigidas para este tipo de classificação. Uma medida que visa defender os telespectadores mas também e principalmente proteger as crianças e jovens de uma exibição que não educa para o respeito pelos animais.



O Partido Ecologista “Os Verdes”


O Gabinete de Imprensa de “Os Verdes”


Lisboa, 2 de Julho de 2012


Projeto de Lei de “Os Verdes”, cuja nota justificativa detalha a motivação do PEV para apresentação desta proposta. Mais se informa que a presente iniciativa legislativa será discutida no Parlamento na próxima quarta-feira, dia 4 de Julho.


Projeto - Lei n.º 265/XII - Assume as touradas como espetáculo ilícito e impõe limites à sua emissão televisiva


NOTA JUSTIFICATIVA


Que os animais sencientes, e especificamente os animais domésticos, são portadores da capacidade de sentir, demonstrar e comunicar, entre si e connosco, afecto, dor, prazer ou compaixão, é hoje em dia, felizmente, comummente aceite na nossa sociedade prevendo o nosso ordenamento jurídico que os mesmos são detentores de um conjunto de direitos específicos e merecedores dos respectivos mecanismos normativos de protecção.

A Lei nº92/95 de 12-09 (na redação da Lei nº19/2002 de 21-07) proíbe expressamente “todas as violências injustificadas contra animais (..) infligir a morte, o sofrimento cruel e prolongado ou graves lesões a um animal” (artº 1º, nº1).

Contudo, esta mesma lei, excepciona (de forma contraditória) expressamente as touradas ou corridas de toiros desta proibição.

Aliás, da mesma forma, à luz dos princípios consagrados na Declaração Universal dos Direitos dos Animais proclamada em 15 de Outubro de 1978 pela Unesco – “Todo o animal tem o direito de ser respeitado” (artº 2º); “Nenhum animal será submetido a maus tratos nem a actos cruéis” (artº 3º); “Quando um animal é criado para a alimentação humana, deve ser nutrido, instalado e transportado, assim como sacrificado sem que desses actos resulte para ele motivo de ansiedade ou de dor” (artº 9º); “a) Nenhum animal deve ser explorado para entretenimento do homem. b) As exibições de animais e os espectáculos que se sirvam de animais, são incompatíveis com a dignidade do animal” (artº 10º); “As cenas de violência nas quais os animais são vítimas, devem ser proibidas no cinema e na televisão, salvo se essas cenas têm como fim mostrar os atentados contra os direitos do animal” (artº 13º) - as touradas, coerentemente, não poderiam subsistir.

Esta não é uma questão fácil. O debelar de certas tradições enraizadas junto dalgumas populações no nosso país, se não for assumida pelos próprios, se não ocorrer como natural evolução social e de mentalidades, que leve a rejeitar espontaneamente essas práticas e a substituí-las por outras, sempre será vista como violenta intrusão no seu espaço identitário.

O extremar de posições nesta matéria pode levar uns a vencer sobre os outros, mas nunca levará ao convencimento dos vencidos…

São conhecidos os argumentos de quem defende as corridas de toiros: desde a tradição popular, passando pela economia e postos de trabalho, ou pela manutenção da subespécie da fauna, terminando no próprio ambiente(!) simplesmente por a criação do gado bravo ser feita em regime extensivo e em montado… Já vimos vender automóveis, defender empreendimentos turísticos, campos de golfe ou espelhos de água de barragens nos últimos rios selvagens do país invocando igualmente as suas pseudo vantagens ambientais! Este argumento não é, todavia, seriamente defensável!

Com efeito, nas fundações da ecologia política reside a defesa intransigente do planeta, dos ecossistemas e do equilíbrio ambiental, dos quais depende toda a vida na Terra, e também a salvaguarda de toda a vida selvagem e da riquíssima biodiversidade que herdámos e queremos legar às futuras gerações. A par dessa defesa, vem inevitavelmente a defesa dos animais que especificamente partilham o nosso espaço e quotidiano, mormente os domésticos, de companhia, de trabalho, ou aqueles dos quais o ser humano retira alimento, que são merecedores de uma atenção diferenciada pois essa maior proximidade traz consigo problemas específicos e simultaneamente uma responsabilidade própria que tem que ser plenamente assumida.

É nossa convicção que a sociedade deverá caminhar no sentido do abandono de práticas que não são compatíveis com o estatuto de protecção que cada vez mais por todo o mundo se reconhece, justamente, aos animais, reconhecendo simultaneamente que com a superior capacidade intelectual do Homem, donde lhe vem o imenso e perigoso poder que hoje detém, vem necessariamente um inalienável dever e uma esmagadora responsabilidade de respeitar igualmente os outros animais, os não humanos, pois só assim, em última instância respeita a sua própria humanidade.

Infelizmente a mudança de mentalidades é, por vezes, demasiado lenta no reconhecimento e atribuição de importância a esta matéria que, contudo, não deve ser menorizada e simplesmente adiada com o pretexto de não constituir uma “prioridade” no presente momento de reconhecida crise ambiental, social e económica.
Nesta matéria, não podemos deixar de lembrar o papel que a educação formal (no espaço escola) e informal pode e deve desempenhar na formação das gerações futuras promovendo o contacto directo com os animais, o conhecimento, compreensão e respeito pelos animais.

A televisão, quer se queira ou não queira, para o bem e para o mal, desempenha um papel crucial na transmissão de valores e na educação informal mormente dos mais jovens. Consciente disso mesmo, a lei da Televisão prevê já um conjunto de restrições (limites à liberdade de programação) que segue de perto, e bem, a nossa “moral” constitucional.

As corridas de touros, ainda que como “espetáculo cultural” como é por muitos assumido, não podem deixar de ser reconhecidas como comportando uma dose nítida de violência, agressão, sofrimento e ferimentos sangrentos infligidos a animais e até “risco permanente de morte para o toureiro”, como é assumido pelos próprios defensores da tourada no parecer que a Prótoiro fez chegar ao Parlamento durante o processo da Petição nº2/XII/1ª.

Ora a exibição livre dessa violência, em transmissões televisivas, deve, no mínimo, conhecer limites não só com vista a defender os telespectadores com maior sensibilidade ou “facilmente impressionáveis” mas também e principalmente com vista a proteger as crianças e jovens de uma exibição que não educa para o reconhecimento e integral respeito pelos animais, e, assim, influi “de modo negativo na formação da personalidade de crianças e adolescentes” – artº 27º, nº4 da Lei da Televisão e dos Serviços Audiovisuais a Pedido.
Por outro lado, o PEV propõe que se altere o princípio geral definido na lei em relação às touradas, deixando assim de ser entendido como um espetáculo “lícito” para passar a ser definido como um espetáculo “ilícito”.

O PEV entende que a posição extremada pelo fim das touradas não teria acolhimento ainda no nosso Parlamento, onde o presente projeto vai ser votado. Optámos, assim, neste momento por estabelecer algumas alterações à lei que assumam as touradas como elas devem ser classificadas (o princípio da sua ilicitude, mesmo que excecionado, bem como o princípio da sua violência), na medida em que, pelo menos estes princípios, têm condições para ser por todos acolhidos e retratam as touradas como verdadeiramente elas são. Constituem passos que podem e devem ter o acolhimento do nosso Parlamento e que devem também contribuir para uma educação da sociedade para as características deste espetáculo em concreto.

Nesse sentido, os deputados do Grupo Parlamentar do Partido Ecologista “Os Verdes”, como defenderam no debate da referida Petição, apresentam à Assembleia da República o seguinte Projecto de Lei:


Artigo 1º
A presente Lei introduz alterações ao artigo 3º da Lei nº 92/95, de 12 de Setembro, alterada pela Lei nº19/2002, de 31 de Julho, ao artigo 27º da Lei nº 27/2007, de 30 de Julho, alterada pela Lei nº 8/2011, de 11 de Abril e ao artigo 4º do Decreto-Lei nº 396/82, de 21 de Setembro, alterado pelo Decreto-Lei nº 116/83, de 24 de Fevereiro e pelo Decreto-Lei nº 456/85, de 29 de Outubro


Artigo 2º
O artigo 3º da Lei nº 92/95, de 12 de Setembro, alterada pela Lei nº19/2002, de 31 de Julho, passa a ter a seguinte redação:


«Artigo 3º
Outras autorizações
1. (…)
2. É ilícita a realização de touradas.
3. Excecionalmente pode ser autorizada a realização de touradas, sendo indispensável prévia autorização do espetáculo nos termos gerais estabelecidos nos regulamentos próprios.
4. (anterior nº 3)
5. (anterior nº 4)
6. (anterior nº 5)
7. (anterior nº 6)»


Artigo 3º
O artigo 27º da Lei nº 27/2007, de 30 de Julho, alterada pela Lei nº 8/2011, de 11 de Abril passa a ter a seguinte redação:


«Artigo 27º
Limites à liberdade de programação

1. (…)
2. (…)
3. Não é permitida a emissão televisiva de programas suscetíveis de prejudicar manifesta, séria e gravemente a livre formação da personalidade de crianças e adolescentes, designadamente os que contenham pornografia, no serviço de programas de acesso não condicionado ou violência gratuita, fundamentalmente sobre pessoas ou animais não humanos.
4. (…)
5. (…)
6. (…)
7. (…)
8. (…)
9. (…)
10. (…)
11. (…)»


Artigo 4º
O artigo 4º do Decreto-Lei nº 396/82, de 21 de Setembro, alterado pelo Decreto-Lei nº 116/83, de 24 de Fevereiro e pelo Decreto-Lei nº 456/85, de 29 de Outubro passa a ter a seguinte redação:

«Artigo 4º
1. (…)
a) (…)
b) Para maiores de 18 anos os espetáculos tauromáquicos.
2. (…)
3. (…)
4. (…)
5. (…)
6. (…)


Assembleia da República, Palácio de S. Bento, 29 de Junho de 2012.
Os Deputados
Heloísa Apolónia
José Luís Ferreira

Tocha - Cantanhede “Os Verdes” questionam Governo sobre Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais


O Deputado José Luís Ferreira, do Grupo Parlamentar“Os Verdes”, entregou na Assembleia da República uma pergunta em que questiona o Governo, através doMinistério da Saúde, sobre o Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais.

PERGUNTA:
Conforme foi noticiado pela comunicação social, a administração do Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro Rovisco Pais, localizado na Tocha, concelho de Cantanhede, pretende reduzir a remuneração de dez enfermeiros subcontratados para cerca de metade, ou seja cerca de 500 euros mensais.

Para além da brutal redução salarial apresentada aos dez enfermeiros, estes encontram-se em situação precária, desempenhando trabalho qualificado, por turnos e sem direito a férias. Esta situação, além de ilegal, é uma ofensa à dignidade destes profissionais de saúde. Estes enfermeiros, a maioria que trabalha há mais de três anos nesta unidade de saúde, garantem as necessidades permanentes e o normal funcionamento do centro, pelo que lhes deveria ser feito um contrato de trabalho por tempo indeterminado.

Este Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro-Rovisco Pais foi criado pelo Decreto-Lei nº. 203/96 de 23 de Outubro, é um estabelecimento hospitalar, vocacionado para a prestação de cuidados diferenciados de reabilitação, readaptação e reintegração socioprofissional de pessoas com deficiência e para o desenvolvimento de atividades de ensino e investigação.

Assim, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, solicito a S. Exª A Presidente da Assembleia da República que remeta ao Governo a seguinte Pergunta, para que o Ministério da Saúde, me possa prestar os seguintes esclarecimentos:

1- O ministério considera justo e legal a situação contratual em que se encontram os enfermeiros subcontratados do Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro?

2- Quais as razões plausíveis da redução de cerca de 50% da remuneração dos enfermeiros subcontratados?

3- Que solução pretende este ministério tomar para legalizar a situação contratual com estes dez postos de trabalho?

4- Está prevista a abertura de um concurso extraordinário?

5- Quantos profissionais de saúde e auxiliares estão em situação precária no Centro Rovisco Pais?


O Grupo Parlamentar “Os Verdes”


01 de Julho de 2012

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Partido Ecologista “Os Verdes” questiona Ministério da Saúde sobre falta de médicos em Viseu


O Deputado José Luís Ferreira, do Grupo Parlamentar“Os Verdes”, entregou na Assembleia da República uma pergunta em que questiona o Governo, através doMinistério da Saúde, sobre a falta de médicos de família na Extensão de Saúde de Silgueiros, integrada no Centro de Saúde Viseu I.

PERGUNTA:
Nos últimos anos o país tem assistido à deterioração no acesso aos cuidados de saúde, sobretudo no interior, fruto de opções economicistas de concentração e redução dos serviços prestados aos cidadãos. Os utentes da Extensão de Saúde de Silgueiros, integrada no Centro de Saúde Viseu I, reivindicam desde Março de 2012 por mais médicos de família, de forma a abranger toda a população da freguesia.

Segundo a população, o posto médico, que já chegou a ter três médicos de família, ficou a partir de Março, após aposentação de um dos profissionais de saúde, apenas com um, sem regime de exclusividade. A solução encontrada pela ARS Centro, segundo a população, foi disponibilizar outro médico às segundas de tarde e quartas-feiras da parte da manhã, assim como às quintas-feiras, para consultas de doentes com diabetes.

Esta solução provisória revela-se insuficiente, resultando numa lista de espera de dois ou três meses. Em alternativa os utentes têm de se deslocar ao Centro de Saúde Viseu I que se localiza a 14km, ou seja, mais um acréscimo de gastos com as deslocações, a agregar ao aumento das injustas taxas moderadoras.

Por outro lado, face à necessidade das pessoas e ao número reduzido de consultas, há utentes a dirigir-se ao posto médico de Silgueiros de madrugada no sentido de conseguir uma consulta por ordem de chegada, realidade idêntica a outras extensões de saúde do distrito de Viseu.

Assim, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, solicito a S.Exª. A Presidente da Assembleia da República que remeta ao Governo a seguinte Pergunta, para que o Ministério da Saúde, me possa prestar os seguintes esclarecimentos:

1- O Ministério da Saúde confirma a insuficiência de médicos de família para os utentes abrangidos pela Extensão de Saúde de Silgueiros?

2 – Para quando está prevista a colocação de mais médicos a tempo inteiro na extensão de saúde de Silgueiros?

3- Quantas pessoas não estão abrangidas por médico de família no distrito de Viseu?

O Grupo Parlamentar “Os Verdes”

27/06/2012

terça-feira, 19 de junho de 2012

CARTA ABERTA AO PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA RIO+20


Exmo. Sr. Presidente Barack Obama,

Muitos chefes de Estado e de Governo encontrar-se-ão, de amanhã até 22 de junho, no Brasil, para participar na conferência das Nações Unidas Rio+20.

É público que a representação dos Estados Unidos da América (EUA) não será feita por V. Exa., o que nos remete para uma relativização da importância deste Rio+20 por parte da Administração dos EUA, questão que muito nos preocupa, por considerarmos que esta conferência ocorre num momento crucial e bastante relevante para o combate às problemáticas ambientais globais e para a sustentabilidade do desenvolvimento no mundo.

Crucial e relevante, desde logo porque deveria ser também um ponto de encontro para mais adesões e para fomentar a necessidade de encontrar soluções urgentes e metas concretas para o combate a um dos maiores problemas ambientais globais: as alterações climáticas. O papel dos EUA nesta matéria é fulcral, não apenas pelo facto de se tratar do maior emissor de gases com efeito de estufa per capita do mundo, mas também pelo papel que tem na concretização de adesão de outros países a este combate global. Infelizmente, os EUA têm apenas servido de travão ao encontro de soluções o que se torna incompreensível ao nível da opinião pública mundial.

O Rio+20, por outro lado, acontece justamente 20 anos depois da Conferência das Nações Unidas que estabeleceu diretrizes (convenções) claras em 3 setores determinantes, para a garantia da sustentabilidade do desenvolvimento: alterações climáticas; biodiversidade; desertificação. Todas elas falhadas, decorridas estas duas décadas! É importantíssimo, então, que deste rotundo falhanço se retirem as ilações necessárias ao encontro de mecanismos que invertam esta situação. O mesmo é dizer que são necessários compromissos internacionais e a definição de políticas eficazes para garantir que estes 3 vetores invertam a tendência de agravamento em claro prejuízo da capacidade deste Planeta suportar uma humanidade crescente.

Por fim, a posição dos EUA, no período de negociações da conferência Rio+20, deixou-nos larga margem de preocupação pelo entrave feito a diversas matérias, com realce para a preservação dos oceanos, que escondem no seu fundo segredos medonhos lá depositados por ações e políticas dolosas, que nunca tiveram pudor em degradar património coletivo fundamental em prol de estratagemas e silenciamento de crimes ambientais.

Assim, o Partido Ecologista “Os Verdes” vem apelar a V. Exa. que os EUA assumam a sua responsabilidade no que concerne ao ataque aos problemas ambientais globais e que assumam uma postura muito mais positiva e construtiva pelo bem da humanidade e do património natural... porque é, afinal, também de direitos humanos que falamos!


Lisboa, 19 de Junho de 2012

Escola Básica de Vila Franca da Beira “Os Verdes” questionam Ministério da Educação sobre possível encerramento


O Deputado José Luís Ferreira, do Grupo Parlamentar“Os Verdes”, entregou na Assembleia da República uma pergunta em que questiona o Governo, através do Ministério da Educação e Ciência, sobre o possível encerramento da Escola Básica de Vila Franca da Beira, no concelho de Oliveira do Hospital.

PERGUNTA:
A política deve estar ao serviço das populações, com as populações, e não contra elas. Segundo informação da Junta de Freguesia de Vila Franca da Beira, o Governo está na iminência de encerrar a Escola Básica de Vila Franca da Beira. Esta escola serve as povoações de Vila Franca da Beira e de Aldeia Formosa e tem sido alvo de investimentos por parte das autarquias que lhe têm dedicado esforço, carinho e muitas atenções, segundo o Sr. Presidente de Junta de Freguesia de Vila Franca da Beira.

Face ao exposto a Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, o Conselho Municipal de Educação de Oliveira do Hospital, a Comissão Social Inter-Freguesias da Cordinha, os Órgãos e Representantes do Agrupamento de Escolas da Cordinha e a Junta e a Assembleia de Freguesia de Vila Franca da Beira, todos se mostraram indignados e consideram uma violação dos direitos das suas crianças caso se encerre o estabelecimento de ensino. A unanimidade destas instituições em torno deste estabelecimento de ensino faz-nos lembrar o condutor que vai em contramão e ao ver os inúmeros veículos em sentido contrário diz que são os outros que estão errados.

Assim, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, solicito a S. Exª a Presidente da Assembleia da República que remeta ao Governo a seguinte Pergunta, para que o Ministério da Educação e Ciência possa prestar os seguintes esclarecimentos:

1 – É intenção do Governo encerrar a Escola Básica de Vila Franca da Beira?
      1.1 – Em caso afirmativo, que razões objetivas invoca o Governo para o seu encerramento?

2 – Considera o Governo que o encerramento de serviços públicos contribui para o combate à desertificação do interior do nosso país?


18 de Junho de 2012